Economia - 12/11/2015 - 09:38
O desempenho da indústria paulista piorou 3,2% no terceiro trimestre na comparação com o trimestre anterior, segundo o Indicador de Nível de Atividade (INA) da Fiesp do Ciesp. A queda nos últimos três meses reforça a previsão das entidades de queda de 1,5% do PIB no mesmo período. Os números oficias devem ser conhecidos em dezembro.
Elaborado pelo Departamento Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, o INA apurou uma queda 0,8% na passagem de agosto para setembro, na leitura com ajuste sazonal. A queda da atividade industrial registrada em setembro é, porém, bem inferior ao recuo de 2,1% em agosto na comparação com julho, na leitura com ajuste sazonal.
“Nós percebemos, comparativamente a outros meses mais recentes, que o ritmo de queda desacelerou-se, ou seja, a atividade industrial continua caindo, porém não com a velocidade que estava”, avalia Paulo Francini, diretor do Depecon. Ele pondera, no entanto, que “um só mês não conta uma história completa”, e esse comportamento precisa ser observado nos próximos meses para confirmar uma desaceleração da queda.
O Depecon estima uma queda de aproximadamente 6% do INA em 2015, uma vez que “não se percebem no horizonte sinais evidentes de melhora” das condições econômicas e políticas do país. Na avaliação de Francini, o problema econômico é, em parte, inspirado por um “panorama político que continua muito ruim. E eu não acredito que a economia possa melhorar se a política não melhorar”.
Horas trabalhadas na produção
A variável Horas Trabalhadas na Produção foi a principal influência negativa para o INA de setembro, com queda de 1,2% na comparação com agosto. O Total de Vendas Reais recuou 0,7% no mês, na série livre de influências sazonais.
No acumulado dos 12 meses encerrados em setembro, a atividade industrial caiu 5,2% e nos primeiros nove meses de 2015, o setor produtivo amarga perdas de 5,1%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) apresentou ligeira alta no número do mês, de 75,3% em agosto para 75,8% em setembro, com ajuste sazonal.
Setores
O setor de produtos farmacêuticos se destacou no levantamento do mês passado ao apresentar alta de 2,2% na comparação com agosto, motivado pelo crescimento de 3,4% do Total de Vendas Reais e pelo aumento de 2,2 das Horas Trabalhadas na Produção.
Já a atividade da indústria de metalurgia básica caiu 1,4% no mês, influenciada principalmente pelas variáveis Horas Trabalhadas na Produção e Total de Vendas, que recuaram 1,6% e 1,3% respectivamente.
O segmento de minerais não-metálicos, entre os quais incluem-se fabricantes de cimentos e revestimentos, também apresentou queda em setembro. O setor caiu 1,1% pressionado pela queda de 0,7% nas Horas Trabalhadas na Produção e de 0,7 ponto percentual em seu NUCI.
Percepção
O pessimismo quanto à percepção do setor produtivo em relação à atividade industrial perdeu força em outubro. O indicador avançou 2,1 pontos para 45,8 pontos no mês corrente, ante 43,7 pontos no mês passado, com ajuste sazonal.
A variável Mercado, que compõe o índice, ficou praticamente estável este mês em 43,3 pontos versus 42,4 pontos em setembro. Leituras em torno dos 50 pontos indicam percepção de estabilidade do cenário econômico. Abaixo dos 50,0 pontos, o Sensor sinaliza queda da atividade industrial para o mês; acima desse nível, expansão da atividade.
No caso da variável Estoque, leituras superiores a 50,0 pontos indicam estoque abaixo do desejável, ao passo que inferiores a 50,0 pontos indicam sobrestoque. O item Estoque ficou em 45 pontos no mês corrente, contra 42,5 pontos em setembro. E a percepção quanto ao Emprego melhorou 6,6 pontos para 47,3 pontos em outubro versus 40,7 pontos no mês anterior.
A variável Investimento também subiu para 46,2 pontos este mês, contra 44 pontos no mês passado, descontada a sazonalidade.