Sustentabilidade - 17/09/2015 - 12:17
O Brasil ocupava a 15ª posição no ranking mundial de energia eólica, em 2012, com 2,5 GW de capacidade instalada, e saltou para a 10ª colocação, com 5,9 GW, mais do que o dobro. A China ainda é líder, com 115 GW, e cresce um Brasil por ano. No país, a capacidade instalada em 2015 já chega a 7,2 GW – é a nação que mais investe em eólica, tornando-se mais do que atrativa – e ainda há previsão de expansão crescente nas projeções até 2020.
“No Nordeste contamos com 5,6 GW, com potencial imenso, e, no Sul, com 1,6 GW”, esclareceu Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), ao participar do workshop de energia – fontes renováveis, realizado nesta quarta-feira (16/9), na Fiesp.
O objetivo foi discutir o papel deste recurso na expansão da oferta de energia elétrica e as perspectivas para os próximos anos. Gannoum explicou que no Nordeste os ventos são mais aproveitáveis, porque constantes e unidirecionais, enquanto no Sul há rajadas. São Paulo também está no mapa, especialmente a área de Botucatu, com potencial de 4,5 GW.
Outros dados mostram o bom desempenho do setor: os preços médios caíram de R$ 385, antes de 2009, para R$ 181, em 2015, e a tecnologia possibilitou uma mudança de cenário e a formatação dos leilões tornam o setor competitivo. “Na Europa, o modelo de leilão contrata a potência e não a energia e não há concorrência acirrada”, afirmou a presidente da Abeeólica.
No sistema interligado nacional, a eólica atende de 3 a 4% da carga. Entre os benefícios, 6 milhões de residências atendidas, uma média mensal, evitando-se a emissão de 7 milhões de toneladas de CO2, entre julho de 2014 a junho deste ano, e encargos de R$ 5 bilhões ao sistema.
Entre os desafios, Gannoum frisou que as linhas de transmissão ainda são ponto de atenção, bem como a logística, pois os equipamentos, transportados geralmente por rodovias, são cargas grandes, pesadas e sensíveis. E, ainda, questões como tributação, mercado livre e a capacitação. Em sua avaliação, é preciso garantir sustentabilidade a essa cadeia produtiva e, para o futuro, torna-se fundamental aproveitar realmente a complementaridade da matriz. Ela citou o fator socioeconômico também: há a geração de 15 empregos por megawatt instalado.