Mercado Gráfico - 12/06/2015 - 10:10
A indústria gráfica nacional acompanhou o movimento generalizado de queda da economia nos três primeiros meses do ano. Em um trimestre em que o PIB do país recuou 0,2% e a produção da indústria de transformação registrou queda de 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado, o setor gráfico recuou 3,7% na mesma comparação. Frente ao último trimestre de 2014, o recuo foi de 1,4% contra retração de 2,7% da indústria de transformação. A informação foi apurada pela ABIGRAF Nacional, com base na Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O encolhimento trouxe junto a necessidade de ajustes. Estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged/MTE) indicam que, de janeiro a março, o setor gráfico desativou 2.078 vagas, um recuo de 2,7% em relação a igual período de 2014. Foi o maior corte desde 2009 e a região Sudeste respondeu sozinha por 76,5% dos postos eliminados (apenas em São Paulo foram cortadas 1,2 mil vagas). Os desligamentos atingiram principalmente a faixa até três salários mínimos e os empregados com nível de ensino médio completo. O segmento que mais fechou vagas foi o editorial, ligado à impressão de livros, revistas, jornais e periódicos. Na análise por porte, as microempresas foram um ponto fora da curva, com contratações superiores às demissões.
Houve retração também nos investimento do setor, com queda de 15% nas importações de máquinas e equipamentos gráficos, em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. “É um espelho da queda de confiança do empresário”, constata o presidente nacional da ABIGRAF, Levi Ceregato. A favor dessa tese, Levi aponta a queda de 7 pontos no Índice de Confiança da Indústria Gráfica, apurado nacionalmente pela ABIGRAF a cada três meses. Na edição de janeiro a março, a Indústria gráfica registrou 41 pontos, em uma escala de 0 a 100, na qual 50 representa o ponto de neutralidade. Frente à situação atual, o Índice foi ainda menor (35,1 pontos) e só teve pequena recuperação no quesito expectativas (47). As empresas de grande porte foram as menos pessimistas, assim como aquelas situadas no Sul e no Centro-Oeste – provável reflexo da safra agrícola e da alta de câmbio, que beneficia o agronegócio.