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Impressão gráfica é usada para fabricar biossensor

Tecnologia de Produção - 14/04/2015 - 09:51

Com o objetivo de calcular a quantidade de antioxidantes em alimentos e, principalmente, em bebidas (vinho, óleo de oliva, azeite, entre outros), o químico Felippe José Pavinatto, pesquisador do Grupo de Polímeros “Prof. Bernhard Gross”, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, utilizou técnicas de impressão gráfica como ferramentas para fabricar um biossensor. A tinta utilizada é à base de material orgânico e possui uma enzima capaz de realizar a quantificação das substâncias, contribuindo no controle de qualidade desses e de outros produtos.

Os antioxidantes são moléculas que previnem o envelhecimento de tecidos por intermédio do combate a radicais livres, que são entidades associadas a doenças como mal de Parkinson, alzheimer, diabetes e câncer, e que atacam outras moléculas para captar seus elétrons, tornando-se estáveis. Sendo essenciais para o funcionamento correto do nosso sistema imunológico, os antioxidantes estão presentes em vários alimentos como vegetais, legumes, cereais integrais, frutas e hortaliças.

Para o desenvolvimento desse sistema, o pesquisador utilizou dois métodos de impressão: jato de tinta e rotogravura (técnica comum na impressão de jornais, papéis de parede, revistas e embalagens), responsáveis, respectivamente, pela impressão dos eletrodos e da camada ativa desse dispositivo bioeletrônico.

De acordo com o pesquisador do IFSC, ao contrário dos métodos mais comumente usados para a fabricação de biossensores, a nova metodologia permite um processo rápido e adaptável de produção em escala industrial. Além disso, o sistema flexível é impresso sobre um plástico, podendo ser incorporado a outros produtos, tais como embalagens e até copos.

Pavinatto não realizou aplicações em produtos, já que seu principal objetivo foi, de fato, fabricar o novo biossensor. “O dispositivo funciona como eu gostaria e já está pronto em escala laboratorial”, explica, salientando que já está desenvolvendo protótipos para miniaturização do aparelho de medida, em parceria com especialistas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Minas Gerais.

A etapa de fabricação do aparelho foi realizada em colaboração com pesquisadores da University of California, Berkeley, Estados Unidos, e da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Em janeiro de 2015, o artigo referente a esse trabalho foi publicado na Biosensors and Bioelectronics.

Fonte: Agência USP Notícias
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