Tecnologia de Produção - 01/04/2015 - 09:42
Um equipamento que manipula luz e oxigênio para fazer emergir, em questão de minutos, um objeto inteiriço a partir de um meio líquido. Parece magia negra ou a mais pura ficção científica, certo? Pois uma startup do Vale do Silício chamada Carbon3D acaba de divulgar uma invenção que faz justamente isso: batizada de CLIP – Continuous Liquid Interface Production (algo como Produção Contínua em Interface Líquida, em tradução livre) – a técnica abre novas oportunidades em áreas como medicina e para indústrias como a automobilística e a de aviação.
O motivo do poder revolucionário é que o método reduz drasticamente o tempo necessário para confeccionar um objeto. Meios tradicionais como a impressão por camadas, utilizada há 25 anos, podem levar horas ou até dias para concluir uma impressão. A nova tecnologia, além de derrubar o prazo do procedimento para minutos, tornando-o de 25 a 100 vezes mais ágil, também permite a obtenção de geometrias antes inalcançáveis, pois imprime objetos inteiros.
O funcionamento é explicado a partir da fotoquímica: raios de luz passam por uma espécie de janela que é permeável ao oxigênio e, então, são projetados em uma resina líquida. Trabalhando em conjunto, a luz e o oxigênio controlam a solidificação da resina, e podem sintetizar materiais novos e conhecidos, como elastômeros, silicones, cerâmicas, além de estruturas semelhantes ao nylon e também materiais biodegradáveis. Tudo isso com uma precisão de 20 mícrons, ou um quarto da grossura de uma folha de papel.