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Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha começa movimentada e com muitas reuniões de negócio no estande brasileiro

Feiras - 31/03/2015 - 10:04

Foi aberta nesta segunda-feira (30), a Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, na Itália. “Neste primeiro dia já tivemos um movimento muito bom no estande do Brasil, com a realização de diversas reuniões de negócios”, avalia a gerente executiva do Brazilian Publishers - BP, Dolores Manzano.

O Brasil participa da edição de 2015 com 23 editoras nacionais, através do projeto setorial Brazilian Publishers (BP), realizado em parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O evento acontece até a próxima sexta-feira (2).

A estimativa este ano é que sejam realizados negócios imediatos em torno de US$ 120 mil, e de mais US$ 280 mil nos 12 meses seguintes ao evento, somando-se o auferido com direitos autorais e livros impressos.

“Desde que começamos nossa participação em Bolonha, computamos números que demonstram crescimento de vendas. O editor brasileiro está cada vez mais bem preparado e há uma mudança do posicionamento estratégico utilizado pelo grupo de empresários”, afirma o presidente da CBL, Luís Antonio Torelli. “Um importante diferencial para a realização dos negócios é a possibilidade das empresas obterem a bolsa tradução subsidiada pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN)”, completa Torelli.

A Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha é o maior evento mundial em negócios e em valor conceitual e simbólico para o segmento infantojuvenil. Organizada há 50 anos, é formadora de tendências editorais e de imagem para os CYAs. O Brasil é visto como uma potência emergente nessa produção, com autores e ilustradores reconhecidos mundialmente. Na última edição, Roger Mello foi o vencedor do prêmio Hans Christian Andersen, o principal reconhecimento de ilustração literária. Neste ano, as indicadas são Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi.

“É fundamental ter uma boa participação na Feira de Bolonha. O segmento é extremamente competitivo, com concorrentes fortes como México, Colômbia, Canadá, Portugal, Argentina e Coreia. Entram nessa lista ainda os líderes de mercado EUA, França, Inglaterra e Alemanha”, analisa Torelli. Isso sem falar no papel desempenhado pela literatura infantojuvenil na criação do hábito de leitura. Hoje, no Brasil, a média de leitura entre os adultos é de 1,3 livros por ano, bem abaixo da dos jovens, correspondente a 3,3. “A boa literatura oferecida à infância e à juventude tende a consolidar o hábito de leitura nas demais fases da vida. Ou seja, o futuro é promissor – acredito que as novas gerações serão mais ‘leitoras’ do que aquelas que as antecederam”, conclui Torelli.

Neste ano, outro destaque serão as obras em formato digital, nicho no qual o Brasil já possui importantes iniciativas. “As editoras apresentarão projetos comerciais tanto para livros impressos como digitais. Nos dias atuais, as empresas brasileiras já têm seus contratos atualizados, podendo propor ou não a venda de direitos autorais para os diferentes formatos”, explica a gerente executiva do BP, Dolores Manzano.

“O Brasil está passando de país comprador de direitos autorais para vendedor de conteúdo. Um evento deste porte oferece inúmeras oportunidades, e temos que aproveitá-las todas”, afirma Manzano. “O trabalho do BP tem promovido a bibliodiversidade do nosso mercado, inserindo também as pequenas editoras e as editoras independentes em feiras no exterior, com treinamento especial para cada evento”.

Para a Jujuba Editora, a Feira de Bolonha é a principal porta de entrada da literatura brasileira no mercado internacional. “Este ano, notamos um interesse maior por parte das empresas estrangeiras nos nossos produtos”, explica a representante Daniela Padilha. “Nesta edição, trazemos a ‘Coleção Carimbo’, da artista plástica Renata Bueno, e títulos como ‘Menina Amarrotada’, de Aline Abreu, e ‘E agora, papagaio?’, de Gilles Eduar”, pontua. Em sua quarta participação, como editora de pequeno porte, a Jujuba vê no BP sua principal ferramenta de trabalho nas feiras internacionais. “É o único órgão atualmente que nos dá condições concretas de participar de eventos desta amplitude”, afirma Padilha.

Outras editoras seguem a mesma linha de investimento, apostando também em agentes para intermediar as negociações. “As expectativas são mais de troca de informações e conhecer novas tendências de mercado”, explica o diretor da Fama Educativa, Faruk El Khatib. “Nós iremos disponibilizar apenas direitos, não livros físicos”, explica a representante do Grupo Autêntica, Ludmila Ribeiro. “Trata-se de um segmento muito promissor, que vem mostrando um número de vendas alto nas principais bienais do Brasil”, completa.

Fonte: RV&A
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