Mercado Gráfico - 27/03/2015 - 10:24
O Brasil vive um momento delicado na sua história. A recente alta nos preços da gasolina, energia elétrica, alimentos, agora, atinge os fabricantes de papelão ondulado, que tiveram que reajustar em 10% seus preços. O aumento no custo dos fretes, a valorização do dólar frente ao real e inflação em alta estão entre os motivos que obrigaram os produtores de papelão ondulado a praticarem este reajuste.
Desde o início deste ano vários custos do setor registraram elevação, em especial a conta de luz e o preço do diesel - que se reflete nas despesas com logística. Essa pressão nos custos de produção, de acordo com Sérgio Ribas, vice-presidente da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), fez o setor iniciar um movimento de recomposição de preços. O executivo também conta que a valorização do dólar amentou o custo de importação de alguns insumos.
Para o presidente da Irani, Péricles Pereira Druck, o desafio das empresas do setor é conseguir repassar esse aumento de custos. Isso porque os clientes da empresa também estão enfrentando dificuldades com os mesmos aumentos de custos. Para o diretor da Mazurky, Eduardo Mazurkyewistz, ainda existe um aumento de custo relativo ao ano passado que não foi repassado à cadeia. Ele afirmou que além das despesas adicionais com frete e energia elétrica a empresa já está contabilizando em seu caixa um reajuste de cerca de 10% nas chapas de papelão.
Uma questão que preocupa os empresários é o fim das desonerações. O governo federal pretende aumentar a alíquota de contribuição previdenciária, reduzida em 2011. A proposta do governo prevê que as empresas que tinham alíquota de 2%, passariam a pagar 4,5% sobre o faturamento bruto, enquanto as que tinham alíquota de 1% de contribuição previdenciária sobre a receita bruta passariam para 2,5%.
Segundo Ribas, a indústria de papelão ondulado deve manter neste ano o mesmo nível de produção de 2014. No ano passado foram fabricadas 3,4 milhões de toneladas, alta 0,15% sobre 2013.
No primeiro bimestre deste ano, a produção registrou retração de 2,04% na comparação com o mesmo período de 2014. Nos dois primeiros meses do ano foram fabricadas 531 mil toneladas de papelão.