Economia - 06/03/2015 - 10:43
O presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Levi Ceregato, recebeu com desagrado a nova alta na taxa Selic, que passou de 12,25% para 12,75%.“É preocupante a rapidez com que o cenário econômico e político está se deteriorando”, disse ele. Em apenas três meses, a taxa de juros atingiu o patamar máximo que, em janeiro, projetava-se para o final 2015; o dólar rompeu a barreira mágica dos R$ 3,00 e poderá entrar em um movimento de volatilidade que nem as análises mais pessimistas chegaram a considerar. Mas não só.
“No que parecia o auge do pessimismo, o setor industrial vinha trabalhando com projeção de retração de 0,5% no PIB e de 0,35% na produção industrial. Já era ruim e piorou: a expectativa já é de crescimento negativo de 0,58 no PIB e de 0,72% na indústria. Somem-se aí a crise entre Congresso e Executivo em função da redução da desoneração da folha, a falência moral de um governo cercado por episódios de corrupção e o sério risco de o Brasil ser rebaixado na sua classificação de risco e vamos concluir que a nova alta de juros é apenas outra alegoria assustadora do mais sinistro ambiente de negócios da história recente do País. A economia está em queda livre e o setor produtivo ainda não vislumbra o fundo do poço”, diz Levi.
Nesse cenário, a indústria gráfica será fortemente penalizada. “Somos um setor sensível ao desempenho global da indústria e do consumo. O recuo na desoneração da folha do segmento de embalagens, os juros estratosféricos e a variação cambial impactando negativamente insumos, como papel e chapas, não deixam dúvidas: teremos uma performance negativa, com baixo investimento e alto desemprego no setor”, finaliza o executivo.