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Indústria gráfica completa 207 anos no Brasil

Abigraf Nacional - 12/02/2015 - 09:57

Nesta semana, o Jornal O Liberdade entrevistou o presidente do Sindigraf/MS (Sindicato das Indústrias Gráficas de Mato Grosso do Sul) e da Abigraf/MS (Associação Brasileira da Indústria Gráfica no Estado) Julião Flaves Gaúna, que também é presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional. Confira:

Jornal O Liberdade – Em um ano cheio de números negativos para o comércio e para a indústria brasileira, de um modo geral, como o senhor analisa o ano de 2014 para as indústrias gráficas?

Julião Gaúna: Foi um ano de bastante adversidade. A indústria obteve baixo crescimento e não poderia ser diferente no setor da indústria gráfica de Mato Grosso do Sul. No ano de 2014 houve muita perseverança e disposição para que se pudesse chegar ao final com pelo menos as contas empatadas e, desta forma, poder manter a empregabilidade do mercado.

Como fica a expectativa para este ano?

Julião Gaúna: A expectativa é das mais adversas, até porque estamos tendo dificuldades com os juros altos e a baixa produção. O setor da indústria gráfica não passa por outra coisa que não seja a mesma que acontece no restante do país, então, o que vai fazer a diferença no setor é a criatividade e o controle dos custos operacionais de cada empresário.

Será possível crescer mesmo com queda no consumo, aumento do custo-produção e com as taxas de juros subindo mês após mês?

Julião Gaúna: É necessário que todos nós, empresários, e no caso específico do setor gráfico, tenha capacidade e poder para enfrentar esta questão. Acredito que todo o empresário, de uma forma geral, vai ter a criatividade suficiente para fazer e manter a empregabilidade, inclusive, para manter as empresas com as portas abertas.

As indústrias gráficas de Mato Grosso do Sul tem evoluído de forma satisfatória?

Julião Gaúna: O parque gráfico das indústrias de Mato Grosso do Sul tem evoluído de forma abrangente, os empresários acreditam no setor e tem feito investimentos diante da evolução dos equipamentos para dar enfrentamento aos nossos clientes e produtos. Nossa maior dificuldade é a diferença de alíquota, como a nossa contribuição marginal, a nossa margem de lucro hoje é muito baixa, essa é a grande dificuldade que temos discutido em nível de governo Federal, Estadual e Municipal para que possamos fazer com que compreendam a importância da diferença e nos dê a contribuição para que possamos crescer e manter o estado produtivo.

Como tem sido o processo de adequação das indústrias gráficas para atender as exigências da NR 12?

Julião Gaúna: A NR 12 é uma normativa que já está desde 2010 e agora está sendo aplicada em todas as indústrias, não só no setor da indústria gráfica. O que temos atribuído e trabalhado junto a CNI [Confederação Nacional da Indústria] é para que se de mais uma prorrogação, justamente para que todos os industriais possam se adequar a norma. A normativa está totalmente fora do contexto, tem equipamentos que vem do exterior com toda a normativa internacional de segurança do trabalho e quando chega ao país não pode entrar porque a NR 12 não é compatível com a internacional. É uma incoerência.

Queremos que isso seja discutido de forma ampla para que possamos ter condição de atender a normativa, isso tem nos dado uma preocupação enorme porque tem acontecido algumas questões absurdas, com órgão fiscalizador fechando indústrias por não estar dentro da norma, deixando a mesma sem produzir por dois, três ou quatro dias e gerando um prejuízo enorme.

Em 2015, a indústria gráfica brasileira completará 207 anos. Qual a importância que este setor tem para economia nacional?

Julião Gaúna: A indústria gráfica tem uma importância fundamental na nossa vida, digo muitas vezes que ela está envolvida com o nosso nascer e no nosso óbito, porque toda a pessoa que nasce necessita de um registro e nós também estamos presentes quando nos despedimos desse mundo. Porém, muitas das vezes este setor não é olhado com a devida importância que merece, mas nós temos trabalhado para o reconhecimento da importância que o setor tem.

Fonte: Jornal O Liberdade
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