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Indústria gráfica deve fechar 2014 com queda de 1,7% na produção

Economia - 17/12/2014 - 09:49

Ontem (16), em coletiva na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a Associação Brasileira da Indústria da Gráfica (Abigraf), representada por seu presidente nacional, Levi Ceregato, apresentou os resultados do terceiro trimestre, a projeção para o fechamento de 2014 e as expectativas do setor para o próximo ano. Participaram também Sidney Anversa Victor, presidente da regional paulista da entidade (Abigraf-SP), e Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP) e da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf).

No terceiro trimestre do ano, descontado o padrão sazonal, a indústria gráfica cresceu 7,5% frente aos três meses anteriores. Foi um desempenho surpreendente, considerando que, no período, a indústria de transformação, na qual o setor se insere, recuou 5,1%. A performance superou também (em 6,9%) a produção gráfica de julho a setembro de 2013.

O salto, porém, não reverteu a expectativa de fechar o ano com queda de 1,7% frente a 2013. De fato, no acumulado do ano, há queda de 1,6% na produção até setembro, e o setor não espera reversão dessa tendência nem mesmo em 2015, para quando prevê recuo de 1,1%. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a indústria de transformação deve cair 2,3% em 2014, porém, crescer 1,3% em 2015. O descolamento explica-se pelas projeções de aumento da massa salarial, variável extremamente sensível para a indústria gráfica e que, segundo o boletim, deverá crescer menos no próximo ano (apenas 2%, contra 3,7%, em 2014).

Os cálculos são do Departamento Econômico da Abigraf, com base na Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O bom desempenho de julho a setembro compensou o impacto negativo da Copa no segundo trimestre e parece ter tido como motor a produção de materiais para as campanhas eleitorais”, afirma Ceregato. Para ele, esses fatores pontuais não autorizam otimismos diante do quadro econômico geral, com retomada do ciclo de alta de juros pelo Banco Central, enfraquecimento do consumo e aumento da inadimplência nas empresas. “No curto prazo, a alta do dólar também exerce efeito negativo, embora possa tornar nossos preços mais competitivos adiante, desde que o controle dos gastos públicos não exerça pressões inflacionárias sobre o câmbio”, diz ele.

A INDÚSTRIA GRÁFICA EM NÚMEROS

Produção industrial: R$ 45,4 bilhões (estimativa para 2013)
Variação da produção física: -3,2% em 2013
Saldo da balança comercial: -US$ 269,5 milhões FOB em 2013
Investimentos: US$ 1,081 bilhão em 2013 (acumulado até novembro)
Emprego formal: 216.253 vagas em outubro de 2014
Distribuição das empresas por porte: 0,4% grandes (acima de 250 empregados); 2,7% médias (entre 50 e 249 empregados); 17,1% pequenas (de 10 a 49 empregados); 79,7% micros (até 9 empregados)
Participação dos segmentos na produção: Embalagens 40%; Editorial (livros, revistas, jornais etc.) 29,2%; Impressos promocionais 9,8%; Impressos de segurança 6,7%; Etiquetas 4,4%; Cadernos 2,8%; Pré-impressão 3,4%; Cartões 3,1%; Envelopes 0,7%.

Fonte: RV&A
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