Economia - 18/07/2014 - 09:33
A indústria gráfica acompanha com preocupação a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que define a taxa referencial de juros (Selic) para os próximos 45 dias. “Quer se mantenha em 11% ou sofra pequenas variações, o fato é que temos uma taxa alarmante, que não atende ao conjunto da sociedade nem aos meios de produção”, afirma Levi Ceregato, presidente nacional da indústria gráfica.
Na opinião do empresário, ao eleger a taxa de juros como único instrumento de combate à inflação, o País acabou enredado em uma armadilha, na qual os juros se transformaram em elemento fomentador da inflação.
Ele explica que, em todos os setores econômicos, juros maiores elevam o custo agregado dos produtos. Significa preço de venda mais alto para algo a que não se acrescentaram benefícios nem tecnologias. “Inflação é isso: mais moeda para dar liquidez a um mesmo produto”, constata Ceregato. “Nesse momento, o desafio da indústria brasileira é aumentar a produção com crescimento de produtividade. É hora de investir em tecnologia, capacitação e processos inovadores. Mas investimentos produtivos e juros altos não se casam. Crédito caro afugenta a intenção de investimento, especialmente diante da escassez de estímulos e de linhas de crédito especiais para a modernização industrial”, completa ele.