Abigraf Nacional - 03/12/2019 - 12:34
Associações Brasileira e Portuguesa da Indústria Gráfica assinam protocolo de intenções.
A nona reunião do Grupo de Líderes da ABIGRAF, realizada no último dia 25 de novembro, serviu para que os empresários pudessem ter um panorama do que está acontecendo no mercado gráfico da Europa e também no cenário e perspectivas da situação política no Brasil.
Na abertura do evento, o presidente da ABIGRAF, Levi Ceregato, lembrou que a economia está se reaquecendo e citou o fato que nos últimos 15 anos a indústria gráfica brasileira comprou mais de 15 bilhões de Reais em equipamentos importados. O Dr. Lopes de Castro, presidente da APIGRAF (Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras de Papel), relatou que a situação em Portugal e na Europa não é muito diferente da que os empresários brasileiros vêm enfrentando. Margens de lucro negativas desde 2013, recessão e diminuição no volume de negócios são enfrentadas com criatividade e a readaptação das empresas à nova realidade do mercado, esta é a missão das empresas do velho continente. Lopes de Castro citou o avanço das gráficas indianas no mercado africano nos últimos 5 anos, superando inclusive a China. Ele citou que é comum os preços mais baixos dos chineses serem superados em até 25% pelos preços mais baixos das empresas da Índia.
Na ocasião, Lopes de Castro e Levi Ceregato assinaram um protocolo de intenções para o intercâmbio de dados e informações entre as entidades gráficas brasileira e portuguesa.
Ao final também foi anunciada a intenção de criar uma entidade que visa integrar as empresas gráficas dos países de língua portuguesa. A ideia central é aumentar a presença de empresas brasileiras e portuguesas no mercado africano, que tem muito espaço para crescer. “Vamos começar a estudar a melhor maneira de viabilizar essa parceria, com muita calma e, principalmente, com muito planejamento”, afirmou Levi Ceregato.
POLÍTICA INTERNA
O cientista político Fernando Schüler traçou um panorama político do país baseado nas análises que tem feito desde o início do governo Bolsonaro.
Segundo Schüler, há dois países distintos e é preciso separar muito bem os fatos do que ele chama de o Brasil das manchetes e da “gritaria” da mídia e o Brasil das instituições funcionando bem, em sua maioria.
Schüler considera que seria fundamental o debate de um projeto de reforma política, porém, ele destacou outros pontos relevantes: “Existe uma agenda de reformas, como a tributária, fiscal, de autonomia dos estados, da segunda instância”. Na avaliação do cientista político, que é professor do Insper e colunista da Folha de S. Paulo e da Band News FM, a polarização política vai continuar. “Essa tensão, essa gritaria, essa agressividade é o novo “modo normal” da política e não vão acabar tão cedo”. Sidney Anversa Victor, presidente da ABIGRAF – SP, com bom humor, “provocou” o palestrante. “Ouço você todos os dias na Band News e só escuto você falando mal do Bolsonaro”. Schüler disse que ele questiona, sim, o “modus operandi” agressivo do governo, mas que costuma dar mais destaque às boas ações, principalmente na área econômica. “A gente morde, faz parte e é necessário, mas também assopra”, brincou, arrancando risos e aplausos dos presentes.
O evento contou com o patrocínio da FESPA Brasil Digital Priting e da Future Print.