A coluna “Arquivo Aberto”, que estreia nessa edição do Impressões, vai trazer sempre um bate papo rápido com empresários de destaque no ramo gráfico.

O primeiro entrevistado é Ricardo Sutto, da Sutto Serigrafia, empresa com 21 anos de história e vencedora dos prêmios Fernando Pini em 2007, 2017, 2018 e 2019 e Theobaldo de Nigris em 2007, 2016 e 2019. Sutto tem 52 anos, é formado em administração e começou no ramo gráfico em 1.986, como vendedor de papel. Em 1993 tornou-se sócio de uma gráfica de pequeno porte, com tipografia, serigrafia e off set. Em 1999 fundou a Sutto Serigrafia, que inicialmente tinha 80% da produção em rótulos e adesivos em papel. 

Conte um pouco mais sobre seu negócio.

Sutto: Ao longo dos anosnos especializamos em impressão com relevo sobre papeis especiais - convites, pastas , cartões etc – e em 2008 iniciamos a produção de embalagens rígidas revestidas com papeis especiais, nossa especialidade até hoje.

Quais as principais dificuldades que o pequeno e micro empresário enfrenta no cotidiano de suas empresas?

Sutto: A grande maioria das micro e pequenas empresas têm como gestores ex-funcionários de empresas maiores. Ou era vendedor, ou era da produção. Montam a empresa e começam a trabalhar, até conseguindo bom resultados. Porém, na maioria da vezes sem planejamento, o empreendedor entra na ciranda do vende-produz-entrega, faz cálculos por conta e critérios próprios e acaba entrando em dificuldades.

Foi seu caso?

Sutto: Sim, claro. Percebi que precisava de mais treinamento, numa linguagem mais apropriada, mais simples e que pudesse ser aplicada em todos os pilares da empresa. Tive que correr atrás e aprender sobre fluxo de caixa, planejamento estratégico, marketing e fluxos internos de produção. Esses são os problemas internos e mesmo com treinamento, acredito que em muitos casos o empreendedor, mesmo sabendo o que fazer, na menor dificuldade e por falta de “braços”, acaba paralisando as mudanças na empresa. Esses são os problemas internos do micro e pequeno empresário.

E os problemas externos?

Sutto: Precisamos de linhas de crédito mais acessíveis, menos burocracia para fluxo de caixa e acesso a novas tecnologias, cursos e treinamentos. Sinto dificuldade em trocas experiências e informações com outros gráficos, o que poderia resultar inclusive na troca de trabalhos.

Onde a ABIGRAF - SP pode ajudar esse segmento de mercado?

Sutto: Já ajuda, com as parcerias para treinamentos, que poderiam, na medida do possível acontecer de maneira regionalizada, mas próximos das gráficas. Um banco de empresas prestadoras de serviços correlatos também seria muito útil.

O que você espera desse ano em termos de negócios. Já sente um aquecimento da economia?

Sutto: Espero que este tom esperançoso que se apresenta no mercado se realize. No último ano apresentamos queda de aproximadamente 10%, mas acredito que as mudanças na economia e as reformas ajudem a gente a se recuperar. 

Qual a dica que você daria para alguém que quer empreender no ramo gráfico?

Sutto: Estude muito bem o mercado em que pretende atuar, faça cursos de gestão, marketing e vendas e planeje cada passo de seus investimentos com muito cuidado. E se acostume desde cedo com a ideia de trabalhar 14, 16 horas por dia. Prosperar e crescer dá muito trabalho, mas é recompensador.