Abigraf SP - 27/08/2020 - 16:13
Nessa edição do Impressões.com, a coluna Arquivo Aberto conversa com Rodrigo Abreu, integrante do Conselho Consultivo da ABIGRAF – SP nas áreas de tecnologia e novos negócios. Rodrigo tem 46 anos, é casado e pai de 2 filhos. Se define como empreendedor e investidor nas áreas gráfica, de alimentação, educação e tecnologia. Rodrigo é presidente e master franqueado da AlphaGraphics Brasil, rede de franquias líder no país e liderou durante quatro anos a área Global de Marketing, Inovação e Novos Projetos da rede. Antes de atuar na AlphaGraphics, foi consultor do Grupo Cherto, atuando diretamente em projetos de consultoria para diversas empresas de pequeno, médio e grande porte. Faz parte do Conselho Consultivo do Adus, YouGreen e XLeaders, além de se envolver diretamente em diversos projetos sociais de grande impacto na sociedade.
Impressões: Estamos vivendo um momento histórico, com a Pandemia da COVID-19. Qual sua visão sobre a atuação da ABIGRAF no auxílio aos empresários durante essa crise?
Rodrigo: Excelente a atuação da ABIGRAF. A quantidade e a complexidade dos assuntos trazidos e das áreas que estão envolvidas neste momento foram tratadas de forma ágil e clara. Todas as vezes que fizemos consultas fomos prontamente atendidos e isto nos ajudou muito.
I: Como você avalia o papel das entidades de classe na vida das empresas? A ABIGRAF cumpre esse papel?
R: Acho essencial e infelizmente pouco valorizada. Todo o acompanhamento que é feito em tramitações de projetos de leis, negociações com outras entidades e troca de experiências é indispensável e a ABIGRAF cumpre muito bem este papel. Estou feliz com o que representam.
I: Sua participação na ABIGRAF pode ser considerada recente. Porque você decidiu participar de maneira tão ativa da entidade?
R: Decidi me envolver mais por eu ver valor no que me entregavam até o momento, mas ao mesmo tempo incomodado em receber muito e contribuir pouco. Uma relação na economia colaborativa, pra ser justa e de respeito, precisa de reciprocidade consistente de todos que fazem parte.
I: Com exceção do segmento de embalagens, a Indústria Gráfica está sofrendo demais os efeitos econômicos da pandemia. Como a AlphaGraphics tem trabalhado para minimizar os prejuízos?
R: De diversas formas. Primeiro aumentando consideravelmente o portfólio de serviços tradicionais através de parcerias, muito treinamento aos nossos colaboradores e suporte aos franqueados da nossa rede. Estamos muito empenhados em conseguir novos clientes para nossas lojas. Nós estamos muito próximos de todos e dando todo o suporte possível.
I: Sua empresa está trazendo novos produtos para o Brasil durante a crise. Quais são? É uma aposta ou investimento planejado anteriormente?
R: Primeiro movimento foi o fortalecimento da nossa área de Comunicação Visual e Sinalização através da nossa divisão agSigns, indo até a aplicação final no cliente. Também investimos muito na divisão de Realidade Aumentada (ag360), que traz interação ao mundo impresso. Aos poucos estamos nos especializando em serviços de marketing digital, produção de vídeos e design, que certamente serão muito significativos a curto prazo. Todos estes serviços já estavam no nosso radar e já são entregues por AlphaGraphics em outros países. Neste momento, nós priorizamos e aceleramos a chegada.
I: Você foi o primeiro líder do segmento gráfico a mudar o foco para o que virá depois da pandemia, com a criação do grupo Gráficas – Pós COVID-19, para ajudar os empresários do setor, incluindo seus concorrentes, a superar as dificuldades. Qual foi sua motivação?
R: Diversas motivações. Importante olhar pra frente e encarar a crise de frente e com força. Em uma crise como esta, todos nós passamos por 3 fases. Primeiro pela “Zona do Medo”, depois pela “Zona do Aprendizado” e por fim, a “Zona do Crescimento”. Temos que colocar a energia nesta última etapa e agilidade, empatia, solidariedade e controle emocional são indispensáveis. Daí a necessidade de estender a mão ao mercado e priorizar a sobrevivência da indústria, acima de tudo.
I: Na sua opinião, como será o “novo normal” das empresas gráficas?
R: Uma mudança grande de como enxergar o mercado e os clientes. As gráficas terão que ser mais ágeis, criativas, proativas, digitais (não me refiro apenas à impressão digital), tecnológicas e fazer muitas parcerias para atender um portfólio que irá muito além da impressão.
I: Nem durante a pandemia a polarização política exacerbada diminuiu. Como isso prejudica o ambiente de negócios? Essa polarização causa prejuízos?
R: Prejudica muito, pois deixamos de focar na solução e no que interessa para a indústria, para a sociedade e para o país. Tipo um “teste cego”, deveríamos ouvir as ideias e soluções antes de saber “quem está falando”. Isto diminuiria muito o preconceito, os filtros, os egos e a raiva ficariam de lado. Foco no que tem que ser feito, independente de quem falar ou fazer.
I: Que mensagem você gostaria de passar para os jovens que pensam em entrar no ramo gráfico, seja na área operacional, comercial ou como empreendedores?
R: Jovens, precisamos de vocês! É uma indústria viciante, do bem. Tragam muita energia, nos provoquem mais e nos atualizem com visões de curto, médio e longo prazos. Precisamos de líderes jovens e que representem todas as formas de diversidade. Unindo a experiência atual com este chamamento de representatividade é que iremos transformar nossa indústria.