Abigraf SP - 29/06/2021 - 16:28
João Scortecci é o entrevistado desta edição da coluna Arquivo Aberto. Quem o conhece sabe da facilidade que ele demonstra com as letras e provavelmente já viu um de seus textos e análises sobre fatos da história nas redes sociais. Só há um momento em que toda a desenvoltura que ele mostra nas reuniões da ABIGRAF vai embora: é na hora de falar de sua vida pessoal. “Minha família é bem mais reservada do que eu, então eu respeito essa vontade deles”, desconversa o leitor voraz, escritor, editor, livreiro e gráfico. Mesmo assim, ele brinca com a situação. “Como meus filhos não seguiram os passos do pai, vamos deixá-los quietos, afinal, eles têm mais juízo do que eu”. Na ABIGRAF – SP, além de participar de grupos como o GEDIGI, João já foi diretor editorial, vice-presidente e agora, com a eleição de Sidney Anversa Victor para a presidência da ABIGRAF Nacional, Scortecci tornou-se o presidente da seccional São Paulo no último dia primeiro de junho. A seguir a nossa entrevista com esse craque das palavras – e cabe aqui uma observação do jornalista – que tem um poder de síntese impressionante.
IMPRESSÕES: Como foi sua trajetória profissional? Quando você soube que as artes gráficas fariam, definitivamente, parte da sua vida?
Scortecci: Sou apaixonado pelas artes gráficas desde criança. Um fato foi marcante: conhecer as oficinas do jornal A Verdade, no ano de 1967, do Comendador Ananias Arruda, na cidade de Baturité, interior do Ceará. Sou neto do editor e gráfico José Scortecci, editor da Revista PAN, um semanário, que circulou de 34 até 45. PAN revelou escritores, entre eles Clarice Lispector. Decisão aconteceu no ano de 1972, quando ganhei o prêmio do Sesquicentenário da Independência do Brasil. Em 1922 comemoro 50 anos de prêmio. Quanto ao sonho realizado somente 10 anos depois, em 1982.
I: Quem foi, ou foram, os seus maiores exemplos, ou mentores, na indústria gráfica?
Scortecci: Comendador Ananias Arruda, na cidade de Baturité, interior do Ceará e meu avô materno, José Scortecci, com a revista PAN.
I: Como começou a sua história na ABIGRAF?
Scortecci: Fui convidado pelo Fernando Rosso, na época CEO da HP, para participar do GEDIGI, grupo empresarial da regional SP. Fui recebido pelo amigo Flávio Medeiros. Trabalhamos muito.
I: Como o senhor avalia o papel das entidades de classe na vida das empresas? A ABIGRAF cumpre esse papel?
Scortecci: Importante. Precisamos das entidades de classe para representação institucional das empresas.
I: Qual sua visão sobre a atuação da ABIGRAF no auxílio aos empresários durante a pandemia?
Scortecci: Foi pontual. Marcante. Superou as expectativas na medida em que em nenhum momento faltou informação e orientação aos nossos associados. Atendeu todas as expectativas.
I: Quais as mudanças mais profundas que a pandemia trouxe na sua vida pessoal? E no ambiente corporativo?
Scortecci: Pessoal mudou pouco. Não deixei de fazer nada do que fazia. Escrever, ler e pedalar. Já nas empresas (Editora e gráfica) foi total. Éramos uma empresa
de contato físico. De presença. Eventos eram o nosso negócio. A roda girou.
I: Quais as mudanças que serão percebidas primeiro nesse "novo normal" da indústria gráfica?
Scortecci: O "novo normal" vai exigir novos conhecimentos, mais respeito as questões ambientais e a necessidade de um mundo mais centrado no ser humano e na conservação do planeta. As gráficas e todo o nosso setor já estão se reinventando, criando novos produtos, adotando novas tecnologias e dando um show de adaptação. O novo normal ainda está em movimento. Calma e canja de galinha! O que tenho feito: um dia de cada vez.
I: Que mensagem você gostaria de passar para os jovens que pensam em entrar no ramo gráfico, seja na área operacional, comercial ou como empreendedores?
Scortecci: Uma profissão difícil e fascinante. Eu diria: escutar o coração.
I: O senhor acaba de assumir a presidência da ABIGRAF - SP. Quais os seus maiores desafios e quais serão as primeiras ações que o senhor vai implantar?
Scortecci: Dar continuidade ao trabalho feito pelo Presidente Sidney. Vou focar meu trabalho na comunicação da entidade e nos grupos empresariais.