Dois anos condenados para o crescimento industrial
Economia - 29/05/2014 - 06:46
Para o presidente da ABIGRAF, Fabio Arruda Mortara, o anúncio feito pelo
Copom de manter em 11% a taxa Selic pode ser reflexo mais do medo de
que um novo aperto monetário agrave o quadro de desaceleração do
crescimento da economia do que do fim da fantasia de que a medida basta
para conter a inflação, principalmente em um cenário de gastos públicos
elevados. “Já está evidente que a inflação fechará o ano batendo (ou
até superando) o teto de 6,5% e não se espera resultado melhor em 2015,
para quando os interesses eleitorais prometem empurrar a inevitável
recomposição dos preços de petróleo e energia elétrica. Significará
aumento da pressão inflacionária e necessidade de arroxo monetário. O
mercado sabe disso e já age segundo a lógica de que aumentos nos juros
podem ser esperados para depois das eleições”, afirma o empresário.
Segundo ele, porém, esse não é o único inibidor de investimentos no
capital fixo: “As empresas receiam ampliar a capacidade produtiva por
inúmeros motivos. Há o risco hídrico e energético, o último já
pressionando os preços dos contratos de fornecimento no mercado livre; o
atraso nas obras de infraestrutura e um ambiente externo ainda
desfavorável às exportações. Somam-se aí, o mercado interno pressionado
pelo alto endividamento das famílias e a persistente prática de
concessão de benefícios segmentados, que favorecem algumas atividades,
mas desequilibram o mercado e geram inseguranças tributárias e
jurídicas”, completa Mortara.
Fonte: RV&A
Tags: Abigraf, economico
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