Artigo: Sem educação não seremos competitivos
Artigo - 04/06/2014 - 07:43
*Por Levi Ceregato, empresário, bacharel em Direito e Administração, e presidente da Abigraf Nacional.
Foi importante o fato de a Câmara dos Deputados ter aprovado o texto
básico do Plano Nacional da Educação (PNE). Item relevante do projeto é o
que prevê investimento gradativo de 10% do PIB na rede pública nos
próximos dez anos. No âmbito das entidades de classe, essa proposta de
aporte mínimo de recursos foi pioneiramente feita no Congresso
Brasileiro da Indústria Gráfica, em outubro de 2011, na cidade de Foz do
Iguaçu, Paraná, em documento da Abigraf Nacional, associação
representativa do setor.
A melhoria da qualidade do ensino, além da questão intrínseca à justiça
social e democratização das oportunidades, é decisiva para a economia
brasileira. Precisamos formar novas gerações muito capacitadas para
atender às exigências crescentes da evolução tecnológica e às
transformações do mercado de trabalho.
Infelizmente, contudo, estamos
retrocedendo, conforme demonstra recente relatório da Organização
Internacional do Trabalho (OIT). A instituição pondera que o Brasil está
perdendo a corrida da produtividade no universo dos emergentes. A
China, por exemplo, da qual tanto reclamamos quanto à concorrência
desleal, já está preparando melhor os seus recursos humanos.
Segundo o estudo, as taxas de crescimento econômico não poderão ser
mantidas apenas pela presença dos dois grandes fatores de produção, o
trabalho e o capital. Mais do que isso, o desafio é utilizá-los de
maneira mais eficaz e em segmentos de maior valor agregado, e o grande
alicerce de tudo isso é a educação.
Para entendermos melhor o significado do ensino público de excelência
nesse contexto, basta analisar os números do último Censo Escolar: na
soma dos dados,42,22 milhões de crianças e adolescentes matriculados na
Educação Básica em nosso país dependem exclusivamente do Estado para
estudar. Portanto, não podemos pré-estabelecer-lhes, bem como à Nação,
um destino, inerente à precariedade do conhecimento, de mais
dificuldades competitivas e de progresso.
Vejamos os números em mais detalhes: a Educação Básica tem 50,54 milhões
de alunos. São 42,22 milhões (83,5%) matriculados em escolas públicas e
8,32 milhões (16,5%) em instituições privadas. As redes municipais
acolhem quase metade das matrículas (45,9%), o equivalente a 23,22
milhões, seguidas pelas estaduais (37% do total, com 18,72 milhões). As
escolas federais mantêm 276,43 mil matrículas, o que significa
participação de apenas 0,5% do total.
Portanto, ampliar o volume de recursos para atender à prioridade do
ensino é algo muito pertinente à meta do desenvolvimento brasileiro, na
qual o Estado não pode omitir-se. Daí, a relevância do projeto que
destina 10% do PIB à educação, partindo-se, assim que tenha a sanção
presidencial, de um patamar mínimo de 7%.
A indústria gráfica sugeriu a medida em 2011 e a apoia por razões que
transcendem ao seu legítimo anseio capitalista pelo maior mercado de
livros, cadernos, jornais, revistas e outros impressos: como integrante
da cadeia produtiva da comunicação, o setor entende que tem parcela de
responsabilidade na difusão de conceitos politicamente corretos, no
debate dos grandes temas nacionais e na solução dos problemas
brasileiros. Por isso, seguimos atentos ao trâmite do Plano Nacional da
Educação. Esperamos que seja rapidamente aprovado pelo Congresso
Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Tags: Abigraf
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