Artigo: O jokenpô da comunicação impressa
Artigo - 17/06/2014 - 07:26
Pedra, tesoura, papel... Jokenpô! Ao pensar na situação da comunicação
impressa, esse antigo jogo infantil, um dos mais populares do planeta,
logo me vem à cabeça e faz sentido que isso aconteça.
A pedra Ao longo das últimas duas décadas multiplicaram-se os vaticínios
sobre o fim de revistas, jornais e livros físicos. Em nome da
sustentabilidade, eles seriam substituídos por versões online,
supostamente mais democráticas (primeiro porque, em tese, qualquer
pessoa pode produzir conteúdos e, segundo, porque a informação ficaria
mais barata e acessível) e sustentáveis (por dispensarem papel, tinta,
transporte). Argumentos esmagadores como pedra, porém, como se verá
adiante, insustentáveis.
A tesoura É uma boa representação para o marketing do “greenwashing”,
que desestimula o uso do impresso (em relatórios, cartas, e-mails,
extratos bancários, demonstrativos, faturas etc.) afirmando ser melhor
para o ‘meio ambiente’. Essas tesouradas, no entanto, miram mesmo é na
redução de custos – não que seja errado as empresas quererem economizar;
o questionável é falsear essa intenção com argumentos fantasiosos.
O papel E, vale acrescentar, o impresso é totalmente sustentável ao
longo de sua cadeia, como mostram os números. 100% do nosso papel e
celulose vêm de florestas plantadas; 45% do papel que utilizamos são
reciclados; 64 milhões de toneladas de CO2, um dos gases do efeito
estufa, são anualmente absorvidas pelas florestas plantadas pelo setor
papeleiro; 1,1% das emissões de gases de efeito estufa deve-se à cadeia
da comunicação impressa, contra 14,7% da indústria em geral e 13,8% da
agricultura.
Por outro lado, 30 minutos de leitura online causam o mesmo impacto
ambiental de um jornal impresso; o envio de um e-mail com anexo de 400
kb para 20 pessoas equivale a uma lâmpada de 100 watts acesa por 20
minutos; o descarte global de produtos eletrônicos cresce rapidamente e
já está entre 20 e 50 milhões de toneladas ao ano, com acúmulo de
materiais de alta toxicidade.
Enfim, números e pesquisas que provem a sustentabilidade da comunicação
impressa não faltam, como ilustra o book Comunicação Impressa e Papel –
Mitos e Fatos, uma das peças-chaves da campanha Two Sides, na qual o
Brasil ingressou oficialmente no último dia 7 de abril. Com o apoio de
42 entidades que representam 80 mil empresas dessa cadeia de valor
(responsável por 615 mil empregos e faturamento de US$ 40 bilhões), a
adesão à Two Sides alinha o País à mais importante campanha mundial em
favor da comunicação impressa.
O objetivo é difundir a sustentabilidade da comunicação impressa pela
divulgação de informações e pesquisas que comprovam os ganhos
econômicos, ambientais e sociais propiciados por essa cadeia de valor. A
campanha envolve anúncios customizados para diferentes mídias e
publicações para sensibilizar formadores de opinião, setor público,
academia e consumidores. O apoio de toda a mídia impressa será
fundamental para o sucesso da Two Sides no Brasil, como, inclusive,
demonstra a adesão de duas das mais expressivas entidades do setor – a
Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional dos
Editores de Revistas (Aner).
É hora da cadeia de comunicação impressa anunciar sua escolha:“Papel...e jokempô!”.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Tags: comunicação, mercado
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